domingo, 18 de agosto de 2019
quarta-feira, 24 de julho de 2019
Cirio de Nazaré em Belém do Pará
A devoção a Nossa Senhora de Nazaré teve início em Portugal. A imagem original da Virgem pertencia ao Mosteiro de Caulina, na Espanha, e teria saído da cidade de Nazaré, em Israel, no ano de 361, tendo sido esculpida por São José. Em decorrência de uma batalha, a imagem foi levada para Portugal, onde, por muito tempo, ficou escondida no Pico de São Bartolomeu. Só em 1119, a imagem foi encontrada. A notícia se espalhou e muita gente começou a venerar a Santa. Desde então, muitos milagres foram atribuídos a ela.
No Pará, foi o caboclo Plácido José de Souza quem encontrou, em 1700, às margens do igarapé Murutucú (onde hoje se encontra a Basílica Santuário), uma pequena imagem da Senhora de Nazaré. Após o achado, Plácido teria levado a imagem para a sua choupana e, no outro dia, ela não estaria mais lá. Correu ao local do encontro e lá estava a “Santinha”. O fato teria se repetido várias vezes até a imagem ser enviada ao Palácio do Governo. No local do achado, Plácido construiu uma pequena capela.
Em 1792, o Vaticano autorizou a realização de uma procissão em homenagem à Virgem de Nazaré, em Belém do Pará. Organizado pelo presidente da Província do Pará, capitão-mor Dom Francisco de Souza Coutinho, o primeiro Círio foi realizado no dia 8 de setembro de 1793. No início, não havia data fixa para o Círio, que poderia ocorrer nos meses de setembro, outubro ou novembro. Mas, a partir de 1901, por determinação do bispo Dom Francisco do Rêgo Maia, a procissão passou a ser realizada sempre no segundo domingo de outubro.
Tradicionalmente, a imagem é levada da Catedral de Belém à Basílica Santuário. Ao longo dos anos, houve adaptações. Uma delas ocorreu em 1853, quando, por conta de uma chuva torrencial, a procissão – que ocorria à tarde – passou a ser realizada pela manhã.
Um dos fatos narrados pela tradição católica dá conta de que São José, emocionado por presenciar a cena da mãe sentada amamentando o Menino Jesus, teria esculpido uma imagem de Nossa Senhora, que mais tarde fora ornamentada por São Lucas. Entalhada em madeira, possui 25 centímetros e recebeu a denominação de Nossa Senhora de Nazaré.
A imagem saiu de Nazaré em poder do monge Ciriaco, em 361. Este, chegando em Judá, entregou-a a São Jerônimo e este a Santo Agostinho, que da África remeteu-a ao Mosteiro de Caulina, na Espanha, onde permaneceu até 712.
Rei Rodrigo, vencido em um combate, refugiou-se no convento até que, junto com o abade Romano, fugiram levando a imagem e as relíquias de São Brás e São Bartolomeu. Caminharam até próximo de Portugal, onde o monge refugiou-se em uma ermida sobre um monte. Em 1179 a imagem foi reencontrada por pastores e a notícia se espalhou, atraindo muitas pesoas, dentre os quais Dom Fuas Roupinho, irmão do rei de Portugal à época, Afonso Henrique. Em 1182, Dom Fuas recebeu uma grande graça, segundo ele por intercessão de Nossa Senhora de Nazaré, e mandou erguer uma ermida no local onde hoje se encontra o Santuário de Nazaré, em Portugal.